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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Bichos e meus 8 gatos

Tenho uma visão MUITO forte sobre o tratamento dado pelos seres humanos aos animais. Tenho um grande amigo que uma vez disse e eu o cito: "Espero que as baratas façam melhor".

Somos uma raça escrota, escravizamos, usamos e abusamos de tudo que conseguimos em benefício próprio. Poucos de nossa espécie ponderam sobre como suas ações afetam as d+ coisas vivas envolvidas ou próximas no que eu chamaria de "teoria da propagação"*. Ou seja, eu seria vegetariana se não tivesse certeza que iria morrer de desnutrição dada a minha profunda incapacidade de regular a minha alimentação (mas esse é outro post). Não me entendam mal, não tenho problemas em matar bichinhos de uma forma "humana". Pra mim a morte, de um humano ou de um animal, não é a pior coisa que pode acontecer a essa criatura, na verdade em alguns casos pode por fim a uma situação de profunda miséria (sim, sou a favor do suicídio assistido). No entanto, tenho sérios problemas com as condições nas quais mantemos os animais que consumimos e a visão e forma industrial como os tratamos. Eles sentem dor e medo, se a ciência não provou isso qualquer idiota que tenha passado um tempo com um animal sabe disso, eles podem não ter a compreensão racional das coisas, mas cortar bicos de aves e mantê-las em espaços superlotados e com uma luz ligada o tempo inteiro pra que eles engordem mais rápido me faz querer vomitar, da mesma forma que a única história à qual eu tive coragem de me expor no site da PETA foi sobre uma vaca que teve as pernas quebradas ao ser levada pro abate (dada a delicadeza com que eles lidavam com os animais) e passou 2 dias sob o sol escaldante esperando um veterinário aparecer pra sacrificá-la e no meio tempo não teve UM, UM fdp pra levar sequer àgua pro pobre animal ou tentar protegê-lo do sol. Afinal de contas, era só uma vaca.

Sendo assim, e por muitas pessoas, inclusive amigos meus, desconsiderarem essa dor enorme que provocamos a outras criaturas vivas que eu desprezo seres humanos. É pesado, mas é verdade. Ver uma criança sofrendo me afeta, mas não mais do que uma vaca, cachorro, gato ou o animal que seja. Pq como eu costumo perguntar: vc conhece algum animal q cresceu e roubou, matou, estuprou e lesou alguém? Não, muito pelo contrário! Encontramos animais nas mais cruéis condições que continuam fiéis aos seus donos. E a única justifica pro tratamento que dispensamos a eles é ganância e uma maldade profunda e atroz, uma maldade da alma. Só de ler sobre os cachorros na China que são fervidos vivos ou estrangulados lentamente com o propósito de amaciar a carne fico revoltada. Se nós somos superiores não quero viver pra conhecer os inferiores. Dada nossa indescritível e constante demonstração de compaixão uns pelos outros e por tudo que nos cerca, eu acabei desse jeito que você lê aí em cima. Completamente descrente, de td e de todos. Nunca fui católica ou de qq religião, sempre fui atéia, mas eu poderia acreditar nas pessoas, contudo a realidade massacrou qq possibilidade disso acontecer.

Eu sei que essa minha visão faz com que eu viva num mundo um tanto qto negro, mas inacreditavelmente tb me faz uma pessoa melhor pq eu me esforço no q posso pra me destacar nem que seja meio centímetro da bosta. Pode ser q eu morra só com o topinho da cabeça pra fora da merda, mas isso pra mim já vai ter sido uma conquista. O que me leva aos meus pequenos, meus gatitos, meus amores, minha vida. Já resgatei tanto bicho na minha vida que perdi a conta. Tive muita ajuda e empenho de muitas pessoas, os 8 que ficaram comigo acabaram ficando, tendei arranjar uma casinha pra eles, mas não consegui.

A Juju encontrei amarrada no portão do prédio de onde eu morava e como naquela época só tinha a Fabi e a Peque, ela acabou ficando. Quando a Peque, meu xodó dos xodós faleceu consumida pelo câncer, na tentativa estúpida de preencher um vácuo que persiste até hoje, adotei, sem remorço, o Fóton e a Peteca, irmãozinhos de uma ninhada de uma gatita que deu a luz na casa da mãe de um amigo meu. Depois deles veio o Pudim, um persa, que ganhei da minha ex-sogra. Jamais aceitaria se ele tivesse sido comprado pq, por razões óbvias, sou contra a compra de animais, mas a persinha dela ficou prenha, deu a luz a dois gatinhos e o Pudim veio pra casa. Na sequência encontrei o Victor num ponto de ônibus de uma avenida, amedrontado e pequenininho, não ia conseguir deixar ele lá pra morrer atropelado, foi comigo numa caixinha pra casa. Ele foi meu primeiro "pretinho" básico, entre aspas pq o monstrinho se tornou não em peso, mas em tamanho o maior gato que eu já vi, ele é ENORME. Não consegui doá-lo pq ninguém quer gatos pretos e eu tentei... Depois disso veio o Humbertinho, o mendiguinho feliz, encontrado na praça em frente a casa da minha mãe, pretinho e fedido, veio correndo na nossa (minha e do Du) direção pulando feito um bobo, foi pra casa e mais uma vez, o pretinho não teve vez. Ele deve pesar mais ou menos o que o Victor pesa, uns 7 kgs, mas no caso dele é gordurinha pura. Por fim, no conturbado ano passado, uma gatinha foi atropelada na garagem do meu prédio. Num ato extremo de compaixão o fdp q viu q atropelou a gata largou ela lá ao Deus dará e só me avisaram 3 dias depois. Essa é a Panquequinha, ela passou 3 dias com a bacia fraturada em 3 pontos e a tíbia encavalada num frio do caralho se arrastando pela garagem. Foi atropelada na sexta pela manhã e resgatada na segunda à noite, o mais impressionante de td é q uma vez resgastada ela não queria comida, àgua ou o q fosse, queria minha mão, queria carinho. E é esse comportamento q faz com que meu coração se parta. Largada pra morrer de fome, frio e sede, quando encontrou uma mão que fizesse carinho ela não precisava de mais nada.

E é assim que eu acabei com 8 gatos. Dois pretinhos que eu tentei, mas nunca consegui doar e a Panqueca que veio como presente. Ela estava grande d+ e danificada d+ pra q eu conseguisse uma casa, sem contar que minha vida estava caótica d+ pra eu conseguir pensar em doá-la e pra quem já achava que estava com gatos d+, um a mais, um a menos... Ela ficou. Essa foi a intro, com o tempo vocês vão conhecer todos eles melhor. A única que falta mencionar melhor é a minha idosinha, a Fabi. Ela está com 15 anos agora e como toda idosinha está com seus problemas, meu coração aperta quando eu olho pra ela e eu sei que decisões difícieis se encontram pelo meu caminho, não só com ela, mas com todos, uma vez que infelizmente as chances de que eu presencie suas velhices e mortes é enorme, mas até lá, pretendo dar a eles a melhor vida que eu puder.

Vale ressaltar que o Du, meu ex-marido estava presente na morte da Peque, adoção do Fóton, Peteca, Pudim, Victor, Humberto e Panqueca. E com a ajuda dele posso me dar ao luxo de mantê-los todos. Ele sempre teve o mesmo espírito e amor que eu pelos bichos e por essa companhia e ajuda eu sempre vou ser grata. Os pequenos sentem falta dele e eu sei, por certo, o quanto ele ama a todos eles, inclusive a Fabizinha, com quem ele só conviveu nos últimos anos.

*Teoria da propagação: Pegue o que você quer fazer\está fazendo. Agora imagine se todas as demais pessoas do mesmo ambiente, grupo, país, prédio, cidade, local onde a ação ocorre\afeta tomassem a mesma atitude. Se o resultado for caos ou insuportável\impossível de conviver eu acredito que eu não preciso dizer que você não deveria fazer o que você está fazendo ou quer fazer.

1 yadasyadasyadas:

Anônimo disse...

Adorei seu blog, dá uma visitada no meu tb...
Bjus