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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

House - Reprises

Eu raramente, extraordinariamente mesmo revejo filmes ou seriados. Simplesmente não acontece, não me prende a atenção, em geral eu acho que a história deve "gastar" pra mim logo na primeira vez, pois bem com House as coisas são completamente diferentes.

Eu acho o personagem genial, brilhante, efetivamente multidimensional o que é raro de se encontrar com tamanha profundidade. Ele é um filho-da-puta, mas não é um filho-da-puta, ao longo das temporadas em mais de uma situação você vê ele tomando atitudes que outros não teriam os culhões de tomar acreditar que alguém merece uma segunda chance ou não merece ter os seus sonhos destruídos.

Estou acompanhando a 1ª temporada de novo no Universal, e a interação dele com a Cameron era um lance muito bonito, aliás esse é um fator interessante em House, nenhum dos personagens principais realmente permaneceram os mesmos ao longo do tempo, definitivamente a mudança no Wilson, e na Cameron são evidentes. A Cameron do 1° ano é carente, delicada, apaixonada pelo que ela vê no House, e pelo que na verdade ele é, mas fica claro que ele nunca vai ser (uau, toca paradoxal nisso). Eu não sei até onde o House não pode se permitir amar, ao longo das temporadas as pessoas com frequência mencionam o quão miserável ele é, simplesmente pq ele é cruel, brutal, não tem almofada ou filtro. Ele é um homem adulto, que por vezes se comporta como um moleque de 8 anos de idade, mas é uma forma de protesto contra as regras cretinas que existem aos montes. É muito engraçado como a Cuddy representa tudo que o House despreza, e apesar de na verdade gostar dela ele vive fazendo questão de diminuí-la, mas é agressão ao símbolo e não a pessoa. Mas na real, pelo menos no que eu me relaciono com o personagem, eu imagino que seja uma frustração muito grande com o mundo, uma visão muito cínica, o contraste dele com o Wilson nesse aspecto é fabuloso por que temos o contraponto, que te obriga a refletir, pq as posições são tão distintas, e quando o House efetivamente elabora o argumento junto com o Wilson, não dá pra não pensar, não dá. Falar de House pra mim é coisa digna de escrever um livro, eu sei que eu sequer devo estar fazendo sentido pq eu vou lembrando de episódios, diálogos, como ele na sua acidez, na rebeldia, infantilidade é essa pessoa sensível pra caralho, as cenas dele tocando piano sozinho em casa à noite, ou alguns outros diálogos com pessoas que ele vê mais sensíveis mostram como ele não aguenta ser necessário (a moça do estupro), como o peso dos outros é demais pra ele, e isso só vem de envolvimento genuíno (não que ele não seja um junkie por mistérios), é o trabalho dele, e o trabalho dele é ele. Em muitos momentos o Wilson sugere que o House seja suicida por todas as vezes nas quais ele claramente colocou a própria vida em risco desnecessariamente, e isso é muito significativo, em especial se fossemos analisar cada uma dessas atitudes.

No último episódio da última temporada "Wilson's Heart", o House está devastado (não que ele assuma) pela culpa de ter ficado bêbado, e a Amber ter ido buscá-lo. Ele já está com um traumatimo craniano, já tem inchaço cerebral, e o Wilson pede que ele se submeta a um procedimento que dá uns choque no cérebro pra tentar conseguir ativar a memória, e talvez, quem sabe, salvá-la, ambos sabem que isso pode matá-lo devido ao trauma pré-existente, mas quando o Wilson pede, ele aceita. Alguns podem dizer que isso soa como uma falta de consistência em relação à conduta dele no arco do Tritter, mas ali era completamente diferente, era uma guerra de egos, uma guerra de abuso de poder (de ambas as partes - Tritter x House). Dentro da sua genialidade o House tem uma teimosia, e arrogância proporcionais (quando ele cai é sempre do alto, o tombo é SEMPRE grande). Ele não ia ceder em detrimento do que estivesse acontecendo com todos a sua volta pq ele achava que não tinha feito nada de errado, e pra ele isso É mais importante que qq outra coisa. 

Eu acho que o ponto de House, pra mim, é esse. Eu posso falar da personalidade desse cara, de quem ele é, de quem ele não é, analisar seu comportamento frases, interações, pq o programa é sobre medicina, mas o componente psicológico do personagem principal interpretado com MAESTRIA pelo Hugh Laurie é fascinante.

Como estou assistindo as reprises, e me preparando pra comprar as temporadas, quero fazer reviews de cada um dos episódios. Esse é um seriado que merece.

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