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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Hugh Laurie (1x22 - Honeymoon)

Acabei de ver outra reprise de House. A de ontem (que conta o que aconteceu com a perna dele), e a de hoje, na qual o vemos interagindo com a Stacy, mulher com quem ele estava casado na época do incidente são muitos diferentes dos demais. Eu particularmente não gosto do "arco" da Stacy, embora ele nos diga muito sobre o House, em especial sobre como ele é capaz de amar, algo que você claramente sente o episódio inteiro, e a Cameron explicita no final.

No caso, eu diria que o crédito do Hugh Laurie é imensurável. Ele fez o House efetivamente demonstrar amor, mas de um jeito completamente apropriado pro personagem. Olhares, conversas, não as besteiras de meninos de 8 anos de idade que ele faz, e sempre vai continuar fazendo, mas com ela tem as poucas conversas adultas não médicas de toda a vida da série. Os dois em função de tudo o que aconteceu, e de como as coisas terminaram não tiveram uma conclusão, eles obviamente se amam muito, aquele amor que não te deixa, te acompanha pra sempre como uma sombra, mas que você sabe que só te faz mal, o tipo mais doido, e consistentemente, o que mais te toca. Foi a única vez que você vê o House, desejando permanecer num abraço, tocar, e ser tocado. Ele demonstra tudo isso de uma forma retraída, o que eu acho que é tremendamente condizente. Os dois sabem, e conversam à respeito da história inacabada deles um com o outro, e o House com o Wilson. Poderia se dizer que não sobra espaço pra sutilezas, mas o Hugh Laurie consegue, ele consegue fazer um homem duro, ácido, sarcástico, maldoso, infantil, e cruel em um único olhar transmitir a tristeza do que perdeu, e o amor do que quer de volta. O abraço final, quando ele mantém os olhos fechado enquanto ela se afasta, aquele momento onde parece que você quer guardar a sensação, ou de alguma forma prolongá-la, sentir o cheiro, o calor do corpo da outra pessoa, é tudo tão não House. 

É um dos poucos episódios onde seu coração dói por ele, ao mesmo tempo que ela distribui umas verdades pra ele, de uma forma que obviamente ninguém mais pode ou consegue (fazendo com que você também sinta que ele merece estar sozinho, sem ela). A Stacy fez o que achava que devia fazer pra salvar a vida dele quando ele teve o infarto dos músculos da perna. O House manteve a perna, mas ficou mancando, e nunca perdoou ela pela decisão que foi tomada à revelia do desejo dele de tentar uma recuperação completa. Uma opção teimosa, e perigosa que o estava matando, mas que mais uma vez faz sentido, ou pelo menos, loucamente, pra mim faz. Eu também, se tivesse que escolher, iria aos extremos pra me manter completa, e me conecto com essa incapacidade de aceitar o que aconteceu (embora todos digam que a personalidade dele antes e depois do incidente é a mesma). A única constante pra mim, é que desde a primeira vez que vi  esses episódios, eu achei tão errado a atitude da Stacy de ir contra o desejo, tanto do House quanto do marido, de não optar pelo tratamento (que ela acaba forçando a ambos). Pra mim, é uma opção da pessoa, morrer ao invés de amputar uma perna, por exemplo. Afinal de contas, o único que realmente vai viver com as consequências disso é quem vai ter um membro amputado, não importa quão irracional soe, é uma escolha individual, e deveria ser intransferível. A única coisa engraçada de tudo isso é ela jogando na cara do House que ele só ficou puto com ela, pq ela fez com ele, o que ele faz com todo mundo (há de se apreciar a ironia).

Dois "diálogos":


Dr. Allison Cameron: [to House] I thought you were too screwed up to love anyone... I was wrong. You just couldn't love me. That's good. I'm happy for you. 


Dr. Gregory House: I am respecting your husband's decision. I don't see why you got a problem with that. 
Stacy Warner: Because it's crap! Because you browbeat patients, intimidate them, lie to them! If you think you're right, you don't give a damn what they think! I did what you do all the time. The only difference is, I did it to you. 


Ah, o episódio termina com Rolling Stones ao fundo com You can't always get what you want, muito bonito.

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