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domingo, 27 de março de 2011

Big Love Finale

Eu gostei bastante das cinco temporadas de Big Love, não posso dizer que foi uma série q eu aguardava ansiosamente, mas pra mim a situação inusitada q ela apresentava (um casamento poligâmo numa era moderna regido por conceitos antiguados - sim, doideira completa) era fascinante.

SPOILER ALERT

Estava lendo os reviews de outros sites, muitos deles odeiam o Bill, o viam como uma figura opressora na vida das esposas e com certeza pessoas movidas por grandes convicções podem ser míopes, difíceis de conviver, forçando seu ponto de vista e às vezes machucando aqueles que amam por acreditar numa causa maior que o presente e o agora, mas daí até eu nunca entendi o personagem de outra forma, o q eu achava mais maravilhoso era a forma silenciosa embora convicta com a qual a Barb representava uma mulher religiosa moderna que foi em busca de outra igreja (não ficando na do marido) pq ela entendia que as mulheres tb tinham uma conexão direta com Deus e direito ao "priesthood" (realmente não sei como é isso em português). Também achava genial como o ponto da Margene sempre foi mais emocional e humano do que religioso e como por fim, a Nicki conseguia ser a criatura mais desprezível de todas, destruindo, julgando, escondendo, criticando e sendo pura e simplesmente egoísta em todas as instâncias imagináveis, chegando ao pto de ser possível prever as falas de uma pessoa tão podre por dentro e inacreditavelmente, supostamente, a mais devota e "by the book" das 3, criada dentro do princípio (se é isso q o princípio faz com uma pessoa eu passo).

Eu achei que a série dava espaço pra, mesmo que ainda de forma caricata, representar de forma justa poligâmos. Era bom pq msm q na execução Bill falhasse, a intenção real era de q todos tivessem liberdade e eu apreciava a dinâmica apesar de ser obrigada a concordar que elas, infelizmente, me pareceram realmente mais felizes sem ele, pq ele tinha realmente um senso extraordinariamente elevado de auto-importância e nunca estava satisfeito em simplesmente ser, existir e acima de tudo realmente respeitar as diferenças. Dei incontáveis risadas quando o homossexualismo do Albi era duramente criticado e visto como uma abominação pelos mesmos personagens que pelos olhos da sociedade tb eram visto como abomináveis. Será q o povo "don't get it" q se somos todos abomináveis em algum aspecto no olhar do outro no fundo, no fundo somos então todos normais, pq ser abominável é NORMAL, logo não tem o q ser discutido?

Fiquei muito preocupada quando vi a Barb desistir do batismo, embora tenha compreendido o sentimento dela e fiquei muito triste que o Bill teve q morrer pra reconhecer que sim, as mulheres tb tem direito de se relacionar com Deus sem ser através de um homem (a.k.a padres, sacerdotes, afins - não q eu ligue, mas aparentemente esse é um tópico de discussão nas igrejas). De qq forma, achei fácil demais pros escritores matarem o Bill, realmente ele merecia tempo pra ponderação, esse cara precisava ir pra cadeia passar um tempo por lá pra ver se algumas fichas caiam, em eterno movimento, me parece q ele não parava muito para contemplar, contudo a forma como ele foi morto realmente foi simbólica. Dentro de todo aquele gigante caos q ele atraia foi o microcosmo, não atendido, passado despercebido q mostrou seu peso e ele é morto pelo vizinho por arrumar a grama q havia estragado com sua campanha política quase 6 meses atrás, irônico. Alguns entendem q isso fez dele um mártir, eu entendo q isso era esperado. Chamando atenção o suficiente vc acaba conquistando um ou dois loucos.

Na soma das partes foi uma boa série, muito melhor pra quem gosta de exercitar o "e se", o pensar fora da caixa, fora dos próprios padrões e até msm pra reconhecermos em nós algumas das características daqueles personagens e pesarmos quem somos e o peso do que fazemos sobre quem amamos. Causa contemplação.

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